A tecnologia e a inovação são os pilares para a evolução das motocicletas.
Monocilindro, bicilindro, tetracilindro, palavras que designam motores de um, dois ou quatro cilindros, fazem parte do linguajar de qualquer um que se interesse por motocicletas, mesmo daqueles que não estão nem aí para a mecânica. E, na verdade, até aqueles que se consideram entendidos gaguejam quando perguntados sobre qual a diferença entre tais motores na prática, além da óbvia quantidade de cilindros.
Em linhas gerais o fracionamento de um motor, ou seja, quantos cilindros ele terá, é algo decidido pelos projetistas de acordo com o tipo de motocicleta que irá equipar. Há um engano comum que vincula o tamanho do motor (sempre expresso em cc ou cm3, a popular cilindrada) à quantidade de cilindros: na verdade um motor pequeno, de 50 ou 125cc TENDE a ter apenas um cilindro, mas nada impede que tenha vários.
Querem um exemplo? A Honda Biz 125 tem um cilindro, pois é um veículo utilitário do qual se pretende robustez, economia e simplicidade na manutenção. Já a Honda RC149, campeã do Mundial de Motovelocidade da categoria 125 em 1966, tinha um motor de 125 cc com nada menos do que cinco cilindros em linha, uma joia mecânica complexa, destinada a vencer corridas.
Mais cilindros, mais pistões, mais partes móveis é igual a maior complexidade. Uma moto de corrida pode e deve ser mecanicamente complicada desde que renda o que dela se espera, alta performance, que vem através de potência elevada. No caso dessa Honda 125 de cinco cilindros, sua potência máxima era de 34 cv a nada menos que 20.500 rpm. Já a Biz tem 9,2 cv de potência a 7.500 rpm. Como se vê, dois motores com os mesmos 125 cc, mas de potências bem diferentes para utilizações idem.
Assim, associar motores com mais cilindros a motocicletas das quais se pretenda desempenho superior é correto, sem esquecer, porém, qual o tipo de uso pretendido, lembrando que um motor de 4 cilindros, seja ele em linha como na CBR 1000RR Fireblade ou o V4 da RC 213V de Marc Márquez sempre será mais complexo e volumoso do que um com a mesma capacidade, 1.000 cc, destinado a equipar uma moto para uso off-road como a CRF 1000L Africa Twin. Por característica, um motor menos fracionado – menos cilindros – tende a ter mais torque e ser menos volumoso, o que é desejável em uma off-road. Vide o exemplo das motocross e enduro profissionais, todas monocilíndricas.
Nosso blábláblá sobre motores com mais ou menos cilindros termina com a Honda GL 1800 Gold Wing, modelo de maior capacidade cúbica produzido pela Honda, e também com maior numero de cilindros, nada menos do que seis. No caso, a escolha pela elevada quantidade de cilindros e alta cilindrada tem como objetivo obter potência suficiente para atender as dimensões e peso desta máquina, que é direcionada ao turismo de longa distância, assim como oferecer um funcionamento suave, típico dos motores seis cilindros.
Resumindo, como dito no início, para cada tipo de moto há um padrão de motor ideal, e aos projetistas cabe usar seu conhecimento “brincando” com a capacidade cúbica – a cilindrada – e o número de cilindros para conseguir o motor que melhor atenda às necessidades desejadas.
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